Aprender um novo idioma e ter o currículo diferenciado no mercado de trabalho são os principais motivos para brasileiros investirem US$ 8.902 em intercâmbios, segundo pesquisa divulgada pelo Selo Belta (Brazilian Educational & Language Travel Association), no início deste mês. O Canadá é o destino mais procurado com 89% da preferência. O setor, movimentou 2,2 bilhões de reais no ano passado.

Dentre os produtos mais vendidos pelas agências estão os cursos de idiomas, seguido de curso de idioma com trabalho remunerado e intercâmbio de férias teen. O interesse em investir na formação internacional fez a busca por cursos de graduação subir para 25,5% em 2016 quando comparado aos 19% no mesmo período de 2015.

Para o especialista em educação internacional e carreira Marcelo Melo, a graduação no exterior dispõe de permissões privilegiadas. “No Canadá, o universitário que cursa a partir de um ano, pode aplicar para o de permanente. Já nos Estados Unidos é comum os estudantes fazerem estágio remunerado ou não. Na Nova Zelândia, é possível entrar no mercado de trabalho atuando na área”, informou.

Países escolhidos

Os aspectos que mais influenciaram na escolha dos países levam em conta o câmbio favorável, a qualidade de vida e as políticas estrangeiras que combinam estudo e trabalho, na sequência. Uma boa infraestrutura no acolhimento dos estudantes e a facilidade do visto completam a lista.

De acordo com a pesquisa, o Canadá é a favorita para fazer intercâmbio. Depois vem Estados Unidos, Austrália e Irlanda no topo do ranking dos 40 países mais procurados. Desses, 28,6% dos entrevistados preferem cursos com duração de 1 mês para aprimorar o novo idioma e 24,1% disse optar pelos pacotes de longa duração com 12 ou mais meses.

Segundo Marcelo, o Canadá possui o menor custo benefício e opções variadas. “É um lugar onde tem ótimos programas. As escolas canadenses são focadas na qualidade da educação com carga horária elevada. Além disso, o brasileiro pode utilizar o visto americano para cursos de inglês com até seis meses de duração. E, em média, é 30% mais barato do que ir para os Estados Unidos”, revelou.

Câmbio

Conforme Melo, os brasileiros planejam suas viagens de olho na mudança do câmbio. “Se uma pessoa pretende ir aos Estados Unidos, mas o câmbio americano começou a subir, ela acaba optando para ir à um país mais acessível. Ou, se o câmbio estava alto e começa a descer, ela entende que é hora de garantir as passagens”, frisou.

Ainda de acordo com Marcelo, investir em educação internacional é uma opção que os brasileiros buscam cada vez mais por conta da necessidade de se manter no mercado de trabalho, de buscar novas alternativas na carreira, ou, até mesmo, de tentar um emprego em outro país legalmente.

“Na pesquisa ficou muito claro essa necessidade. Pois, muitos pegam a rescisão do emprego, usam o dinheiro que estava na poupança e estão assustados com o que vem acontecendo no cenário político e econômico do Brasil. Tudo isso faz com que invistam na sua educação internacional com foco na carreira”, finalizou.